sábado, 25 de julho de 2009

velho

me lembro agora de um velho
lembrança viva
de uma infancia quase morta
lembro de rir
observar sua triste solidão

era tamanha a indiferença
ao tempo , aos passaros cantando
ao violão velho
amarrado entre cordas de nylon

era tratado como coadjuvante
aparecendo somente
nas cenas menos relevantes
como um furacão
que não consegue mais dançar
ainda cavaleiro andante
somente por não saber parar

e hoje a noite
triste frio e santa chuva
tomei-me de um pensamento que me caiu como luva

e se derrepente
essa violencia das paixões
essa desistência diaria das ilusões
me levar a tal lugar

se danço hoje
posso não mais dançar
se hoje amo
talvez possa não mais desejar

e nossos amigos?
a unica coisa que realmente vale a pena
faz-me triste saber
que a ultima cena guardada
a ultima memória encenada
é a despedida
não a tragica despedida
mas um crescente e constante
afastar

ah os abraços
os entrelaços de braços

as vezes fico assim pensando
se o caminho de tal velho
não seria o mesmo caminho que estou a trilhar

wesley in chains

terça-feira, 21 de julho de 2009

O som do silêncio

esse eu fiz há um tempo, era pra ser o inicio de um conto, mas estou com preguiça de terminar
O som do silêncio
A medida dos sons é a intensidade do silencio
Veja numa musica
Um barulho continuo nunca seria musica
Um som continuo não distinguiria palavras
Não diríamos nada se soássemos initerruptos
Diferencio o eu te amo do eu te odeio
te admiro do te ignoro
o grito selvagem de um soluço amargo
E ainda teimo em dizer
que o silencio é mais importante que os sons
inverto os papéis
e os sons são nada mais
que intervalos de silêncio
É no silêncio que sinto a beleza
É no silencio que as bocas se juntam
num ritual de sonhos
onde não existem sons
não que nos demos ao trabalho de senti-los
Vivo numa terra sem sons
onde o que menos se diz
é o que mais importa
dizer tanto pra quê?
se no instante agora
tudo está definido
nos intervalos de silêncio que formam o eu te amo

wesley in chains

Atravessando a noite entre olhos e canção


E pra começar um poema direto da cozinha da minha alma :


Atravessando a noite entre olhos e canção


seus olhos
um intenso brilho castanho, verde
banhado em prata cintilante
ofuscante
lembrança viva e eterna de uma noite de inverno


lembra-te da lua?
No alto de seu trono a majestade plena a te observar
intocada num colchão de estrelas
Musica selvagem e lenta
E nós dançamos esquecidos
E cantamos um verso nunca antes ouvido


Os insetos voadores assaltam a noite
e nos versos ambíguos
palavras baratas se fingem doces


Revejo em sonho das vinhas
a fuga improvisada
o grito ridículo da borboleta
não há limites validos
para os que vivem para a noite


E a confusão que inspira em teus olhos
E a leveza representada em tua alma
E a liberdade
A liberdade que faz dançar em musica suave
confundir palavras, conjugar verbos ainda não usados
esquecer o enredo autorizado
Esquecer
Perder
Permanecer
Gritando
O silêncio
Livre
Enfim tornaste
A sinfonia para paralisar


Wesley in chains