De um céu azul e límpido
Vou te dizer do calor que faz aqui
E da chuva que passa lá fora
Vou te dizer de glórias passadas
De vidas ditas certas que a mim não
significam nada
Desviar-te da torrente de paixões e
felicidades que sou eu mesmo
Vou passar longe de minha janela e
descrever outras mais belas
Contar-te de pernas tão belas
Que nas calçadas observei a passar
Vou mostrar uma visão de um mundo a
girar
De cores de vestidos, de cheiros
expelidos
De apelidos carinhosos nunca
proferidos por este que vos fala
Fazer um belo de um desvio
Contornando esse rio caudaloso
Que corre por dentro
Do monumento em construção que se diz
eu
Mas que não diz nada
Talvez devesse me atirar de peito à
queda livre
Mas talvez seja melhor mudar de
assunto
E dizer ao mundo
Algo que não diz sobre mim, pelo bem
da beleza estética e moral da vida
Abstenho-me do eu
Por: Wesley Grunge