Eu te vi em minha
mente
Ainda que não saibas,
te vi
Estive aí pertinho
Percorri teu quarto e
te observei cuidadoso
Percorri tuas mãos e
senti teu cheiro
Sim, negarás
firmemente que seja assim
Não compreenderá que
medi os passos leves que deu
Abriu a cortina para
uma luz calma
Sentou
Um olhar levemente inclinado
E como és bela
Tenho teus traços
desenhados, tatuados na minha memória
Não pense que não
vivi tuas horas
Pois estive aí
Convidou-me para
entrar, ainda que não saibas
Mas continuo o relato
de minha viagem
Ao centro de teus
olhos
Os raios calmos de
sol do final da tarde lançavam-se sobre teu caderno
E sobre a tinta da
caneta feita de vida
Teciam-se versos
feitos de sentimento, de amor mais que profundo
Feitos de ti e de teu
mundo
Talvez tivesses
intenções nos teus traços
Talvez traçasse um
diálogo consigo
Forjastes sentimentos
Comunicando saudade
Eu forjo agora tua
imagem
No meu espelho
distorcido
Criminoso talvez
Tu és musa e poeta
Poetisa e encantadora
de palavras
És criadora
Mas o criador é um
dia criatura
E eu te recrio na
minha mente
E ainda que não veja
no teu retrato a mesma face
É a ti quem busco nos
meus próprios traços
Pois é sempre à minha
maneira que chego onde estás
E estais em mim
Tatuada nos meus
olhos
Criada de teus próprios
versos
Darei a ti um pedaço
de mim
Receba a imagem feita:
Raios leves de sol
Caneta em tua mão,
sentada, mergulhada em ti e desenhando palavras
Na mesa, do outro
lado
Ainda que não saibas,
eu
Interessado
Olhando-te cuidadoso
E você levantou o
olhar, olhou pro lado
Não se preocupe
ninguém ousa interromper
E então termina
Pensativa
“Qual será o próximo passo?”
Viajaria através dos
teus olhos
Buscando a ti, e
sempre ainda seria a imagem que de você construo
Viajo agora em tuas
palavras
Faço-te poesia minha
bela poetisa
E minha caneta se
expandirá em palavras assim como a pupila de meus olhos
Abarcando o objetivo
de meus olhos e de meus versos
Por: Wesley Grunge