segunda-feira, 30 de maio de 2011

O eu, livre para ser mais que eu


Não sou patriota

Sou apatriado, despatriado, despaisado

Desmarcado e desterritorizado

Não tenho bandeira, não defendo pátria ou patrão

Não choro com mão no peito, nem jamais me chamo de filho da nação

Não me orgulho das armas do país

Nem honro aos nossos heróis

Não tenho 7 de setembro ou 4 de julho

Não tenho orgulho de raça, de crença nem de nada

Nada que separe o que sou eu mesmo e me transforme em massa

Não é que eu não queira a união

Não é que eu seja anti-social

É que eu quero ser eu enquanto tal

Por que o eu não divide o mundo

O eu não cria fronteiras, mas constrói a liberdade nas diferenças

O eu não constrói bandeiras para defender com sangue de inocentes

O eu não cria uma religião e uma moral que aprisiona todos os seus crentes

O eu constrói o mundo a partir de si

E cria laços de verdade

Onde o amor é livre e voa nas asas da liberdade

O eu é simplesmente isso

Somente eu

E todos os outros eus livres para serem o eu que quiserem