O que é aquilo?
Um papel!
Um poema?
Corre, apanha,
esconde e rasga
Queime em fogo alto,
não deixe vestígios
Não, isso é exposição
demais
São ossos descobertos
de minha fratura exposta
É exposição dos meus
sentidos ainda que em linhas tortas
Posso ate disfarçar de
métrica, mas lá estou
Então corro e rasgo
Sim, sim
Vou rasgar todos
E que nenhuma memória
os lembre
Então, Grito-os aos ventos
E meu grito é alto
Garganta arranha seca
Secamente disseco meu
cadáver
E cada vez que me
escuta tens um pedaço de mim
E digo, com as mãos,
palavras e olhos
Mais do que devia
Todo o poema se
dirige a uma intenção ainda que não exposta
E a minha proposta é
que os queime
E assim, não dito, a
vida passa, nada feito
Não expõe jamais tua
cara
Nenhum poder chega ao
teu esconderijo
Queime-os todos
Queime-os
Você mesmo
Que na verdade sou eu
Queime-os
Sem riscos
Mas em papel exposto
ao público
E em face dada a tapa
É mais um que chega
ao fim
Por: Wesley Grunge