Teu rubro é carne
viva de desejos
É beijo mordido mais
que inocente
É parente do pecado
Ainda que inocente
Talvez tenha te
contado sobre canções antigas
Enquanto correntezas úmidas
desenhavam tuas curvas
Rubras madeixas
desenhavam o vinho dionisíaco
Poeta, dito louco,
dito bruxo encontrava em ti as musas
E cada palavra
escolhida escolhida a dedo desejoso
Entre o que é
sonho Entre o que é nada
E assim se vão
madrugadas que não são
Sobre versos do que
não é
Mas poderia ser
E o poeta é isso
Sobre o que é e o que
não é cria teus malditos versos
E o lápis faz vida
Pega as palavras que
quer e as une à sua vontade
E o que temos é isso
Uma coleção de
palavras soltas
Entre linhas
escondidas
Desejos, tuas,
vontades, ter, vontade
Tenho desejos de tua
vontade
Ou vontade de teus
desejos
Entre minha língua e
teu corpo te tenho
Entre as palavras o
poeta faz tudo virar verbo ao seu desejo
E a poucos é dado ao
verbo se fazer vida
E a poucos é dado a
vida se fazer verbo
Tu ó musa, declarada musa, faz o verbo desejar querer ser outro
Por: Wesley Grunge
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